Os
vestibulandos encontram-se em um momento decisivo: escolher carreira que vão seguir. É uma decisão
importante e, nesse processo, é possível que haja alguns equívocos ou fantasias
em relação aos estudos, à faculdade e ao mundo do trabalho. Acompanhe:
Fantasia nº 1: terceiro ano é só
revisão, não precisa estudar
É
fato que o 3º ano do Ensino Médio está focado em revisar tudo aquilo que foi
lecionado durante a vida escolar. Mas será que é possível fazer isso em um ano
de forma satisfatória e sem esquecer nenhuma matéria? A resposta é não.
O
vestibulando precisa estudar por conta
própria também. Não deve esperar apenas pelo conteúdo escolar, deve buscar
livros do Ensino Fundamental para reforçar “a base”, que é onde muitos
estudantes deixam a desejar.
Além
disso, é preciso buscar outras fontes de conhecimento, como livros na
biblioteca, resolução de exercícios, simulados, etc. Em algumas cidades,
existem escolas que oferecem simulados gratuitos ao público, informe-se,
busque.
Fantasia nº 2: faculdade é difícil só
para entrar
Ledo
engano. Segundo matéria publicada no site universia (link da matéria completa
aqui) “no Brasil, a média (de evasão) entre as públicas e privadas é de 21 ou
22% ao ano”, segundo afirma Oscar Hipólito, reitor da Universidade Anhembi
Morumbi.
O
que leva um vestibulando que estudou tanto para passar em um determinado curso
a desistir? As razões são diversas: falta de identificação com o que é
estudado, descobrir outro curso de que goste mais, problemas financeiros, entre
outros.
A
questão é: entrar é difícil, mas
permanecer até o final é muito mais. A faculdade em si também é uma
seleção, assim como o vestibular. Dificilmente o número de formandos será igual
ao número de alunos matriculados.
Fantasia nº 3: vou escolher esse curso
porque dá dinheiro
Existem
profissionais que levam uma vida confortável e profissionais que vivem no
vermelho em qualquer profissão. O
indivíduo constrói sua carreira. A ética, o profissionalismo e o
comprometimento são fatores essenciais para o sucesso.
Algumas
profissões pagam mais do que outras? Sim. Mas isso não quer dizer que uma
pessoa não possa elevar sua remuneração através do estudo, de cursos
complementares e experiência profissional.
Uma
dica: fale com pelo menos duas pessoas que exercem a carreira que você pretende
seguir. De preferência uma bem resolvida e outra frustrada. Isso irá
possibilitar uma visão mais ampla e realista do mercado de trabalho voltado a
essa área, cabendo a você tirar suas conclusões sobre o assunto.
Fantasia nº 4: mas eu tenho meu
pai/tio/amigo que vai me empregar
Outro
erro gravíssimo. Não tem nada de errado em trabalhar no negócio da família. O
problema estar em “comprar” um diploma e achar que sua vida estará resolvida.
Dinheiro mal administrado vai embora, e vai rápido.
A
empresa da família está de pé porque tem alguém que administre e coordene o
trabalho dos outros. Já ouviu falar de ganhadores de loteria que em pouco tempo
perderam tudo? É a mesma coisa.
O
profissional deve confiar em sua capacidade e não em terceiros. Como dizem:
ninguém pode tirar o conhecimento de você, agora uma vaga de emprego é dada,
mas pode ser tirada.
Fantasia nº 5: estou pagando, então a
faculdade tem que me aprovar
Aquele
vestibulando que entrou na faculdade e acha que seus problemas acabaram, pois
ele está comprando um diploma parcelado.
Tanto
os estudantes das faculdades públicas como das particulares estão pagando. Os
impostos que vêm do trabalho de todos têm sua parcela destinada à universidade
pública.
No
caso da particular, o aluno ou quem esteja arcando com as mensalidades está pagando
por uma estrutura que não é financiada pelo governo. Em ambos os casos, o
dinheiro serve para oferecer um meio educacional, não um diploma.
A
aprovação será resultado do empenho do estudante e, mesmo que ele siga essa
ideologia citada, só irá se prejudicar. No mercado de trabalho, cobrarão um
conhecimento que ele não tem, por ter negligenciado seus estudos, podendo até
perder oportunidades de emprego por isso.
Fantasia nº 6: continuar usando as redes
sociais como antes
Não
é proibido usar as redes sociais. Entretanto, é preciso estabelecer um horário
para acessá-las.
É
importante que o vestibulando entenda que essa época demanda esforço, para que
o resultado almejado seja alcançado. O tempo passa rápido quando se está vendo
vídeos ou verificando o que seus amigos postaram.
Assim,
o horário de estudo é encurtado, pois um vídeo de 4 minutos não demora nada,
então aparece outro vídeo relacionado e então você percebe que não estudou e o
dia acabou.
Já
falei sobre esse assunto em outas duas matérias, deixarei o link abaixo no
próprio título para quem desejar complementar os conhecimentos sobre o tema:
Fantasia nº 7: vou ficar rico assim que
me formar
Depende.
Primeiramente, é preciso ver o padrão de vida que uma pessoa busca e também sua
colocação no mercado de trabalho. Não se pode esperar que, assim que receber o
diploma, você vire o diretor executivo da empresa em que trabalhe.
Outro
fator importante é o custo de vida do lugar em que se vive. Uma metrópole como
São Paulo tem aluguéis mais caros, existe a questão do deslocamento e o
consequente gasto com gasolina, além de outras despesas. Se compararmos com uma
cidade menor, os gastos diminuirão.
As coisas são conquistadas aos poucos. É preciso ter experiência, ser promovido,
especializar-se, buscar cursos de aperfeiçoamento na sua área de atuação. Dessa
forma, o profissional vai se valorizando.
Conclusão
Vemos
muitos exemplos da vida de universitário em filmes e seriados, mas na vida real
pode ser um pouco diferente. Não estamos mostrando uma imagem pessimista da
vida, nem generalizando o caráter das pessoas, apenas mostrando como são os
fatos.
Não
é preciso ter medo do futuro, mas é preciso investir no presente, em estudo e
em capacitação. Dessa forma, o indivíduo poderá seguir sua carreira e alcançar
a realização pessoal e profissional.
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