Escolhi a profissão errada. E agora?

A escolha errada da profissão é algo que causa um grande impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, uma vez que passamos boa parte do dia no trabalho e ficar horas fazendo o que não se gosta com certeza causa estresse e frustração. Acompanhe:

Imagem: Freepik.

Existem diversas profissões para escolher e, com tanta variedade, essa tarefa torna-se um processo difícil. Muitas pessoas se guiam pelo salário, status ou para agradar a família, o que aumenta a chance de uma escolha errada.

Entre os motivos que levam alguém a escolher a profissão errada estão:

1. Imaturidade
Aos 17 anos, idade em que geralmente se cursa o 3º ano do Ensino Médio, o jovem ainda não tem uma noção exata do dia a dia de uma profissão. Para quem está nessa fase, é importante tentar conhecer o curso, o mercado de trabalho e conversar com profissionais da área, para que a escolha se dê sob uma perspectiva real.

Já escrevi sobre algumas ideias equivocadas que os vestibulandos têm na hora de escolher o curso, você pode ler clicando no link abaixo:


2. Pressão dos pais
É comum que os pais desejem o melhor para os filhos e busquem poupá-los do sofrimento, mas eles devem ter a capacidade de fazer suas escolhas. Não é sensato que alguém escolha a profissão do outro, pois não será essa pessoa que irá exercer aquela função todos os dias, durante uma boa parte da vida.

Mesmo assim, por que algumas pessoas aceitam que os pais escolham suas profissões? Os motivos são diversos: porque os mais velhos sabem mais da vida, porque estão pagando, porque já investiram muito no filho e ele deve corresponder às expectativas, porque quando outro escolhe você se exime da responsabilidade sobre sua vida e seu futuro, entre outros.

Todos os argumentos citados são verdadeiros, mas não justificam tirar a liberdade de escolha de alguém, pois todos os pais investem nos filhos e têm expectativas, mas, no fim, ele é quem decidirá que curso seguir.

3. Altos salários
No Brasil, têm-se a tríade Direito-Engenharia-Medicina como cursos elitizados e que fornecem altos salários. Quando as pessoas pesquisam os salários de uma profissão e veem números atrativos, elas não procuram saber o que está por trás daquele número, existem vários fatores que influenciam na remuneração de um profissional, entre eles:

-Tempo de serviço;

-Local em que trabalha;

-Cargo que exerce na empresa;

-Titulação (quanto mais cursos, como pós-graduação, mestrado, doutorado e outras formas de se especializar um indivíduo tiver, maior a sua chance de obter maiores salários);

-Ser ou não concursado;

-Falar outras línguas;

-Capacidade de resolver situações problema;

-Capacidade de interagir com os colegas de trabalho;

-Conhecimento de informática;

Existem profissionais que ganham mais e outros que ganham menos dentro de uma mesma profissão, então não adianta buscar algo somente pela segurança financeira, uma vez que, quando não se gosta de fazer algo, dificilmente essa pessoa vai querer fazer cursos extras para aumentar seu contato com aquilo que a deixa infeliz.

4. Familiares que já exercem aquela profissão
Muitas pessoas escolhem um curso porque têm um tio com um escritório de advocacia, um consultório odontológico ou uma clínica que irá oferecer-lhes um emprego quando concluírem a graduação. Se a escolha se der por gostar da profissão, é até melhor para o profissional ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho, sem precisar procurar emprego.

Uma garantia de trabalho é realmente algo sedutor uma vez que encontrar emprego é difícil, principalmente quando se está iniciando e não se tem muita experiência.

Entretanto, esse não deve ser o motivo principal para fazer o curso a ou b, uma vez que os parentes irão oferecer a vaga, mas esperam retorno, já que a empresa precisa de bons profissionais para funcionar e ninguém quer ter prejuízo.

5. Status de pertencer a uma determinada profissão
Algumas pessoas buscam um curso por pensarem em reconhecimento. Não o reconhecimento pessoal, de cumprirem suas tarefas e ajudar os outros, mas por puro narcisismo, buscando um sentimento de superioridade em relação aos demais.

Quem apresenta esse tipo de comportamento não se importa com o que irá achar de sua escolha, mas sim com o que quem está olhando irá achar. Dessa forma, acaba se frustrando por não gostar do que faz e viver uma vida de aparências.

Quais as consequências de escolher a profissão errada?
Quando alguém está em um lugar que não gosta fazendo o que não quer, acabam por vir consequências físicas e psicológicas.

Consequências físicas:
-Dores de cabeça e em outras regiões;
-Pressão alta;
-Colesterol alto;
-Insônia.

Consequências psicológicas:
-Irritabilidade;
-Baixa autoestima;
-Dificuldade de concentração;
-Depressão.

Uma doença que tem sido identificada em profissionais frustrados e cansados é a Síndrome de Burnout, que possui os sintomas já citados e está intimamente ligada à profissão. A pessoa com esse distúrbio geralmente desenvolve os sintomas em decorrência do estresse e descontentamento com o que faz.

É comum que essas pessoas suem frio só de pensar em ter que voltar ao ambiente de trabalho, tenham vontade de sair correndo de lá ou ainda procurem desculpas para faltar, pois a ideia de retornar as aterroriza.

Quem apresentar esses sintomas deve procurar um médico, uma vez que existe tratamento.

Já terminei o curso que escolhi errado, e agora?
Nem todos têm a oportunidade de trancar o curso, seja por estar perto do final e não querer desperdiçar o dinheiro pago, por pressão da família ou por medo do que as pessoas vão dizer.

Nem todo mundo cursa apenas uma faculdade na vida, algumas pessoas iniciam outro curso na mesma área, mudam totalmente de área ou fazem um curso técnico, entre outras possibilidades.

Se você já sabe que curso almeja, pesquise se na sua região é possível cursá-lo à noite depois do trabalho, assim poderá caminhar rumo à profissão que lhe trará maior satisfação pessoal e profissional.

Se deseja fazer algum curso profissionalizante ou curso técnico, pesquise horários para fazê-lo à noite ou aos fins de semana. Existem também cursos semipresenciais, entre outras opções.

Busque pesquisar as ofertas de curso nos sites das universidades da sua região. Se não tiver condições de pagar um cursinho, existem cursinhos gratuitos ou, ainda, aulas gratuitas na internet com conteúdo de qualidade.

Para quem não tem ideia do que fazer, mas sente-se extremamente frustrado no que faz, uma boa dica é fazer uma lista com as atividades que gosta e as que não gosta.

É interessante também determinar uma área que seja do seu interesse, como a da saúde, se gosta de plantas, de animais, se gosta de ficar em escritório, tem ou não afinidade com informática, se gosta de matemática, entre outras. Assim fica mais fácil escolher uma profissão a seguir.

Existem psicólogos especializados em orientar pessoas que se encontram desencantada com suas carreiras. Busque informar-se em faculdades de psicologia ou em outros locais de sua região, pois existem possibilidades de consulta com um preço mais popular.

Existe uma revista chamada Guia Do Estudante, da Editora Abril, que contém muitas matérias e informações sobre esse tema. É possível encontrá-la nas bancas de sua cidade. Ela também possui uma versão eletrônica, deixarei o link para o site dela, basta clicar aqui

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