São
muitos os esportes que envolvem trajetórias parabólicas, tanto de objetos como
de pessoas. Os exemplos mais comuns são as modalidades esportivas de jogos com
bola (futebol, basquete, vôlei etc.), o lançamento de flechas e dardos, o salto
dos nadadores no momento da largada, os saltos ornamentais dos ginastas no
solo, os saltos de trampolim, entre tantas outras. Acompanhe:
Imagem: Freepik. |
Em
especial, os saltos em solo ou na piscina encantam as plateias ao observarem as
contorções sofridas pelo corpo dos atletas quando se lançam ao ar em
acrobacias, com muita habilidade, técnica, flexibilidade e plasticidade.
Entretanto,
para chegarem à perfeição, além de um treinamento árduo, precisam ter o suporte
técnico de especialistas.
No
salto ornamental do trampolim, por exemplo, o atleta se lança rodopiando o
corpo em movimentos de rotação, tanto na vertical quanto na horizontal, além
das vibrações. Cada um desses movimentos é descrito a partir dos conceitos da
Física e por modelos matemáticos.
Os
saltos consistem em um mergulho de um trampolim ou de uma plataforma em uma
piscina, em que a água deve estar sempre em movimento para que o atleta possa
vê-la.
Nos
Jogos Olímpicos, são considerados três tipos de salto: aqueles realizados em
trampolim, cuja altura máxima é de 1m e 3m e aqueles praticados a partir da
plataforma que está situada a, no mínimo, 10m da superfície da água. As
competições podem ser individuais ou sincronizadas, isto é: dois atletas saltam
juntos devendo realizar o mesmo movimento.
Desde
que foi considerada uma modalidade olímpica, no século XX, já foram executadas
aproximadamente 80 manobras diferentes de saltos, sendo os mais comuns o twist e o mortal. No twist, o atleta faz um giro em torno
dele mesmo na horizontal, enquanto no mortal o giro acontece na vertical.
Em
qualquer uma dessas manobras, no entanto, verifica-se que o centro de gravidade
(ponto em torno do qual o peso do corpo está igualmente distribuído em todas as
direções) do atleta descreverá uma trajetória parabólica.
A
parábola descrita pelo corpo (ou melhor, pelo seu centro de gravidade) é
resultado da combinação de dois movimentos que ocorrem simultaneamente nas
direções horizontal e vertical. Na vertical, o corpo do atleta está sujeito à
aceleração da gravidade, de tal forma que a velocidade com que o atleta deixa o
trampolim, nessa direção, varia em intensidade, diminuindo até o valor zero
(pois o movimento para cima é contra a gravidade), quando, então, ao atingir a
altura máxima, volta a aumentar, até chegar à superfície da água com uma
velocidade bem maior do que aquela com que saiu do trampolim.
A
posição do corpo a qualquer instante durante o movimento é descrita pela função
matemática de 2º grau h = h0
+ v0t + ½ gt2, sendo h a altura a qualquer instante (uma função de t), h0 a
altura inicial (altura do trampolim), v0
a velocidade inicial do atleta na direção vertical e g a aceleração da gravidade.
O
gráfico da altura em função do tempo também será uma parábola; no entanto, um
gráfico é uma representação matemática e não pode ser confundido com a
trajetória parabólica do atleta.
Como
foi dito, outro movimento ocorre simultaneamente a esse, só que na direção
horizontal. Tal movimento apenas depende da velocidade inicial, que permanece
constante ao longo de todo o salto do atleta.
A
função matemática que descreve o movimento na horizontal é de 1º grau, dada por
S = S0 + vt, sendo S (alcance) a posição em um determinado
instante t, S0 a posição inicial (posição do trampolim) e v a velocidade com que o atleta se
impulsionou na direção horizontal. O gráfico do alcance em função do tempo será
uma reta inclinada em relação ao eixo dos tempos (abscissa).
Verifica-se,
assim, que a altura e o alcance que o atleta atinge dependem da velocidade que
ele impõe ao corpo impulsionando-o para o espaço. Esses são os fatores determinantes
para que ele tenha tempo hábil, no ar, para realizar as proezas que planejou e
treinou. Ao deixar o trampolim, o atleta, “sentindo” a velocidade e a direção
que impôs ao seu corpo, decide, em fração de segundo, a possibilidade de
realizar todos os movimentos que no conjunto formam a sofisticação e beleza do
salto.
Adaptado
de: Matemática: Ensino Médio I. DINIZ,
Maria Ignez; SMOLE, Kátia Stocco. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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