A
música Pen Pineapple Apple Pen, também conhecida pela sigla PPAP, já conta com
mais de 80 milhões de visualizações no vídeo original no Youtube, entrando para
o rol dos vídeos virais e sendo comparada com Gangnam Style, do sul coreano PSY.
Acompanhe:
Imagens: divulgação. |
Com
um pouco mais de um minuto de duração, a música PPAP foi lançada dia 25 de agosto
de 2016 na plataforma do Youtube e alcançou mais de 80 milhões de visualizações
em dois meses.
No
vídeo, ela é cantada pelo comediante Daimaou Kosaka, que usa o pseudônimo de
Pikotaro. Na performance, o comediante canta em inglês, uma letra bem simples,
composta basicamente pelas palavras que aparecem no título da música,
acompanhada de uma coreografia com passos imitando os objetos descritos e
outros movimentos insinuando fundi-los.
Além
da letra e dos passos, Pikotaro ainda usa uma roupa bem chamativa, com uma
estampa de cobra e uma echarpe com estampa de oncinha. Todos esses elementos
contribuíram para a criação da atmosfera descontraída da música, que caiu no
gosto de milhões de pessoas ao redor do mundo, anônimas e famosas.
O
cantor Justin Bieber disse em seu Twitter oficial que PPAP era seu vídeo
favorito do Youtube no momento. Esse fato foi comentado, inclusive, no site
oficial da Billboard.
Não
demorou muito para que surgissem as paródias da música na internet, fazendo
múltiplas versões dela, em estilos diferentes, inclusive usando o ritmo de
outras músicas famosas, como Hello, da Adele e Shake it off, da Taylor Swift.
O que torna algumas músicas virais,
afinal?
Nem
toda música que é muito conhecida é um viral. Os virais são músicas que
alcançam um número muito grande de visualizações em pouco tempo, ficando
bastante conhecidas.
Esse
fato se dá não pelo conteúdo da música, não pelo cantor já ser famoso (em sua
maioria, os virais vêm de cantores “desconhecidos”, cuja fama começa ou aumenta
radicalmente após a publicação do referido vídeo) muito menos pelo lugar de
origem do cantor: PSY é da Coreia do Sul, Pikotaro é do Japão, Rebecca Black
(do criticado viral Friday) é dos Estados Unidos, entre tantos outros.
Por
falar em Rebecca Black, a música cantada por ela, Friday, foi muito criticada
pelo uso excessivo da ferramenta de correção de voz Auto Tune, uma espécie de
Photoshop para a voz. No caso dela, o uso exagerado fez com que sua voz ficasse
robótica.
Outro
ponto negativo que as pessoas apontaram na música foi a letra simples demais,
narrando a rotina de uma menina na sexta-feira detalhadamente. Mas sabe-se que
os virais não possuem letras muito profundas, como no caso de PPAP, que fala
basicamente três palavras durante quase toda a música e Gangnam Style, que tem
o refrão e a coreografia mais conhecidos, devido ao restante da letra ser em
coreano.
O
que é preciso falar é que alguns virais caem no gosto popular para amar ou para
“odiar”. Odiar entre aspas, porque o ódio na internet logo se converte em
críticas e nos famosos e temidos “dislikes” (símbolo para “não gostei”). No
caso de Rebecca, seu vídeo no Youtube conta, atualmente, com quase 2.400.000
dislikes, contra um pouco mais de 630.000 likes, é como se para cada pessoa que
gostasse do vídeo, existissem três que não gostam.
A
jovem continua no ramo musical e continua produzindo vídeos, mas agora sem
abusar da ferramenta do Auto Tune.
Os virais são mais do que uma moda
A
ocorrência dos virais é mais profunda do que se imagina. Eles podem ser
descritos como fenômenos sociais, uma espécie de comportamento adquirido por
certos grupos, é quase como um rito.
Geralmente,
esses vídeos são vistos por quem quer rir ou descontrair-se. Variam conforme a
época e não precisam ser, necessariamente, vídeos. Cada geração teve seus
virais, que já tiveram outros nomes e outras formas e que refletiam a sociedade
da época.
Na
idade média, por exemplo, elegante era quem usava muito perfume (ainda que para
esconder o fato de que muitas pessoas o usavam para esconder o odor corporal
pela falta de banho) ou ainda usar uma peruca branca, costume praticado
especialmente pela nobreza.
Passamos
por muitas “fases” no decorrer da história da humanidade, em cada uma delas
existiram costumes, atos e/ou símbolos replicados pelas pessoas sem uma maior
reflexão sobre aquilo, somente porque “todo mundo está fazendo”.
Até os deuses da morte dançam e cantam
PPAP
O
sucesso da música foi tão grande que foi feita uma animação em que o shinigami -
deus da morte - Ryuk (ou Ryuuku) do anime Death Note canta e dança PPAP, como
forma de promover o novo filme da franquia “Death Note: Light up the New World”,
cujo vídeo original, lançado dia 1º de novembro de 2016 no Youtube, já conta
com mais de 14 milhões de visualizações.
A
diferença desta paródia sobrenatural para o vídeo do humano é que o shinigami
realmente mostra os objetos dos quais a música fala: uma caneta, uma maçã e um
abacaxi (pen, apple e pineapple, respectivamente) durante a coreografia,
enquanto o mortal usa apenas gestos simulando esses objetos.
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