A
língua inglesa tem suas raízes em uma história distante e muita complexa,
marcada pela influência de diversas línguas. Acompanhe:
Imagem: Freepik. |
Sítios
arqueológicos indicam que as terras úmidas encontradas pelos romanos, mais
tarde denominadas Britannia, já possuíam uma cultura de mais de 8 mil anos, a
cultura celta, embora pouco se saiba a respeito.
Por
volta de 1.000 a.C., os celtas invadiram algumas regiões hoje conhecidas como
Espanha, França, Alemanha e Inglaterra, e a língua celta tornou-se a principal
na Europa.
As
primeiras invasões romanas em terras da Britannia ocorreram em 55 e 54 a.C.,
sob o comando de Júlio César, imperador de Roma. Assim, o dialeto celta recebeu
grande influência do latim e sobrevive ainda hoje em certas regiões da Escócia,
do país de Gales, da Irlanda e da Ilha de Man.
O
império romano em crise, em 410 d.C., retirou-se da Britannia, deixando seus
habitantes celtas na mãos de seus inimigos Scots e Picts. Uma vez que Roma já
não dispunha de forças militares para defendê-los, os celtas, em 449 a.C.,
recorreram às tribos germânicas para pedir ajuda.
Entretanto,
de forma oportunista, elas acabaram tornando-se invasores, estabelecendo-se no
sudoeste da Grã-Bretanha, destruindo vilas e massacrando a população local.
Prova da violência dos invasores é o fato de que não há traços da língua celta
no inglês.
São
os dialetos germânicos falados pelos anglo-saxões que deram origem ao inglês. A
partir daí, a história da língua inglesa foi dividida em três períodos: Old
English, Middle English e Modern English.
A
primeira metade do século V, quando ocorreram as invasões germânicas, marcou o
início do período denominado Old English.
Comparado
ao inglês moderno, o Old English é uma língua praticamente irreconhecível,
tanto na pronúncia, quanto no vocabulário e na gramática. A correlação entre
pronúncia e ortografia era muito mais próxima do que no inglês moderno.
No
plano gramatical, os substantivos declinam, têm gênero (masculino, feminino e
neutro), e os verbos são conjugados.
No
fim do século VIII, o Old English passou a receber a influência escandinava. Os
vikings, que se estabeleceram na Inglaterra, eram predominantemente
provenientes da Dinamarca e falavam dinamarquês.
Rotas das Viagens dos Vikings. Fonte: imagens públicas do Google. |
Esses
mais de 200 anos de presença de dinamarqueses na Inglaterra naturalmente
interferiram no Old English. Entretanto, devido à semelhança entre as duas
línguas, tornou-se difícil determinar essa influência com precisão.
A
Batalha de Hastings, em 1066, foi um evento histórico de grande importância
para a Inglaterra. Nesse combate, o exército normando, oriundo do norte da
França, sob o comando de William, o Conquistador, derrotou o exército dos
anglo-saxões, colocando novamente a Inglaterra e, consequentemente, a língua
inglesa sob a influência de povos invasores.
Durante
os 300 anos que se seguiram, o francês foi a língua oficial e mais falada pela
aristocracia.
Essa
batalha representou não só uma drástica reorganização política, como também
alterou os rumos da língua inglesa, marcando o início de uma nova era: o Middle
English.
O
elemento mais importante do período correspondente ao Middle English foi, sem
dúvida, a forte presença e a influência da língua francesa no inglês, que
resultaram quase que unicamente num aporte considerável do vocabulário.
O
passar dos séculos e as disputas ocorridas entre os normandos das ilhas
britânicas e do continente provocaram o surgimento de um sentimento
nacionalista, e, no fim do século XV, já se torna evidente que o inglês havia
prevalecido, até mesmo como linguagem escrita, pois substituiu o francês e o
latim.
Deu-se
início, assim, um novo período, o Modern English. Enquanto o Middle English
caracterizou-se por uma acentuada diversidade de dialetos, o Modern English
representou um período de padronização e unificação da língua.
O
advento da imprensa, em 1475, e a criação de um sistema postal, em 1516,
possibilitaram a disseminação do dialeto de Londres, já estabelecida como
centro político, social e econômico da Inglaterra.
O
inglês moderno constituiu-se, então, de uma mescla de influências sofridas pelo
idioma no decorrer da História. A fonologia advém do anglo-saxão; o vocabulário
registra, aproximadamente, meio milhão de verbetes, conforme o The Oxford
English Dictionary.
No
aspecto morfológico e sintático, a característica mais importante é a
flexibilidade das funções gramaticais. Assim, pronomes, adjetivos e advérbios
podem assumir a função de adjetivos.
Estima-se,
atualmente, que mais de 450 milhões de pessoas falem inglês em todo o mundo.
Isso ocorre devido ao grande poderio político e econômico do império britânico,
associado aos meios de comunicação e, hoje, principalmente, à globalização.
Fonte:
Adaptação
do texto de Ricardo Schültz, História da Língua Inglesa, in English Made in
Brazil.
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