O
livro Meu Jardim Secreto, da autora Shu Nu Yan e com ilustrações de You Ran
Zhang, traz a história de João, um garotinho que tinha asma e adorava passar os
dias desenhando.
Capa do livro Meu Jardim Secreto. Fonte: Imagens públicas do Google. |
Um
dos passatempos de João era observar uma área verde próxima a sua casa, que
ficava num terreno onde havia uma fábrica abandonada. Nesse lugar, a vegetação
era espessa e com muitas árvores altas.
Esse
local servia como refúgio para muitos animais, que faziam dele sua casa. O
menino notou que diversos sons vinham de lá, o que chamava sua atenção e
despertava sua curiosidade.
Por
causa dessa área verde, muitos animais visitavam a casa de João, como
passarinhos que comiam o arroz que caía no chão, gatos e até esquilos.
Um
desses esquilos, ao ver nosso protagonista, saiu correndo e deixou para trás
algumas sementes, de variados tamanhos. Sua mãe disse que toda árvore nasce
daquelas sementinhas, então ele resolveu plantá-las e regá-las todos os dias.
A
vida de todos tinha se tornado mais interessante por causa do bosque, com
visitas de animais, diversos sons e agora essas sementes. Por causa disso, ele
resolveu transformá-lo em seu refúgio também, em um jardim secreto.
Em
uma tarde de outono, João decidiu entrar no bosque, em busca de sementes das
árvores com flores amarelas que o enfeitavam. Estrando lá, ele ouviu um barulho
como se fosse de muitos pezinhos fugindo dele, que se assustou também e voltou
para casa.
Ele
percebeu que o bosque era o refúgio de muitos animais e que estranhos lá só os
assustaria. Assim, sua decisão foi de ficar fora do bosque. Ele estaria
satisfeito só de olhar para seu jardim, ouvir seus sons misteriosos e sentir o
cheiro das plantas e das flores.
Certo
dia, ele acordou com um barulho forte e viu que muitas plantas já haviam sido
derrubadas. Indo até lá, perguntou por que eles haviam cortado as árvores. O
dono do terreno disse que naquele lugar seria construído um grande prédio.
João
tentou proteger algumas árvores, mas foi em vão. Chorou por todo o caminho de
volta para casa. Seu refúgio havia sido destruído.
Dia
após dia, a construção do prédio avançava e já não se podia mais sentir o
cheiro da grama e nem ver pétalas amarelas flutuando pelo ar.
Após
um tempo, o menino ouviu um som familiar na sua janela. Viu que aquelas
sementes do bosque que ele havia plantado estavam crescendo. Foi aí que ele
entendeu que tinha conseguido salvar uma pequena parte de seu jardim secreto e
que ainda veria o verde pela sua janela.
Minha Opinião sobre o Livro
Não
havia tido contato com esse livro até que uma aluna minha tinha que lê-lo como
paradidático para sua prova de Literatura, então resolvi ler também.
Achei
interessante por ser um livro de outro país, podemos perceber isso pelo nome da
autora e do ilustrador. Ambos são de Taiwan. Acredito que o nome do personagem
principal na língua deles deveria ser outro e foi trocado por João, para
facilitar que as crianças se identificassem com a história.
É um
livro curto, dá para ler em uma horinha ou menos. É claro que as crianças podem
demorar um pouco mais, mas ele tem uma linguagem simples e de fácil
entendimento.
Um
fato curioso que aconteceu comigo é que passei por algo semelhante ao que o
personagem João passou. Na rua da minha casa havia algumas árvores bem altas ao
redor de um terreno, que faziam uma sombra maravilhosa quando está quente e
precisamos andar.
Inclusive,
em um ponto havia algumas outras árvores com flores coloridas que eu sempre via
quando ia comprar pão, algo pequeno para alguns, mas era uma pequena alegria
diária para mim.
Um
dia, quando passei pela mesma rua, todos os troncos tinham sido cortados. O
dono do terreno ia construir uma galeria ali, mas não achei que fosse
necessário cortar as árvores.
Elas
vão fazer falta, pois a sombra que elas faziam era de grande ajuda para pessoas
e animais também. Aquelas florezinhas que eu via quando ia comprar pão já não
existem mais. Fiquei triste com isso.
Inclusive,
a autora passou por uma situação similar em sua infância, o que a inspirou para
escrever o livro. Minha história com o terreno próximo a minha casa também
contribuiu para que eu me identificasse com o livro.
Achei
uma história bonita, simples, mas não um simples ruim, se é que isso existe.
Ela é simples de modo que qualquer pessoa pode ler, desde crianças até adultos
bem maduros e pode agregar para ajudar a formar uma consciência ambiental, pois
vivemos num mundo em que nossas atitudes têm consequências.
Além
disso, é interessante notar o respeito do João para com o bosque, pois ele percebeu
que sua presença assustava os animais. Dessa forma, ele resolveu respeitar
aquele espaço e admirá-lo de longe.
Nós
poderíamos seguir o exemplo dele, assim não veríamos animais sendo usados para
divertimento humano, principalmente em circos, zoológicos, parques com orcas ou
outros animais marinhos adestrados ou “santuários” que têm animais sedados,
amarrados ou com asas cortadas para que pessoas tirem fotos.
Acredito que a maior mensagem do livro é o respeito à natureza. Sei que
precisamos transformar a paisagem para construir escolas, hospitais, casas e
outros prédios necessários a nossa qualidade de vida. Entretanto, precisamos
respeitar o espaço natural e as vidas que estão ali. Creio que equilíbrio é a palavra-chave.
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