Fonte: Imagens públicas do Google. |
Essa nova geração vive trancada no quarto. Essa geração está perdida. Essa geração é nutella. Geração mimimi. Geração fraca. No meu tempo, não tinha esses negócios de depressão nem ansiedade. Já ouviu algum desses termos? Será que tudo de ruim que acontece com a geração atual é somente “frescura?”
O
autor Hugo Monteiro Ferreira realizou um estudo com estudantes, pais e
responsáveis das cidades de Recife, Maceió, Natal, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e Garanti, os quais forneceram depoimentos anônimos.
Esse
estudo buscou indivíduos que tenham se envolvido com bullying ou cyberbullying,
que tenham se autolesionado sem intenção suicida e que tenham tentado suicídio.
O
autor buscou investigar quais fatores contribuíram para os comportamentos
demonstrados por esses jovens em idade escolar. O público-alvo dela são pais,
professores, psicólogos, psicopedagogos, diretores, coordenadores, médicos e
demais profissionais que lidem com crianças e adolescentes.
O
autor chamou de Geração do Quarto jovens que “passam muito tempo dentro desse
cômodo, com quase nenhuma interlocução com as pessoas que moram na mesma casa,
muita dificuldade de dizer o que sentem e um potencial de violência contra si ou
contra o outro muito intenso” (trecho extraído do livro).
O
que mais me chamou a atenção foi a ligação dessa geração do quarto com a
tecnologia, já que, em casa, não há tanto espaço para diálogo entre pais e
filhos.
Muitas
vezes, essas relações estão cheias de violência, seja física ou verbal. Vemos
que muitos pais deixam seus filhos horas na frente de um celular ou televisão,
sem oferecer momentos de qualidade, como uma ida ao parque, caminhar ou jogar
juntos ou tomar um sorvete na esquina.
Parece-me
que esses meninos e meninas estão sem ninguém para conversar em casa e, na
escola, também estão sem amigos ou até mesmo sofrendo violências repetidamente,
o que é mais conhecido como bullying.
Foi
dito nesse livro que, sem interações em casa e nem na escola, sobrou então usar
as redes sociais para fazer amigos. Entretanto, esses amigos não são
adolescentes e sim adultos criminosos atrás de um perfil fake.
Sem
ter um adulto de confiança para serem orientados, muitos alunos acabam entrando
em conversas em chats, jogos online ou redes sociais que podem levá-los a entregar
informações pessoais ou mesmo entrar em grupos de ódio.
Observei
uma grande solidão nos jovens retratados no livro e observo o mesmo na vida de
muitos alunos (sou da área da educação), mesmo que em casa esteja cheio de
gente.
A
solidão não se deve à quantidade de pessoas na casa ou na escola, mas sim à
falta de interação, diálogo e presença.
Se
a falta de pais e amigos deixa um vazio, a internet e a conversa com estranhos,
os ditos amigos virtuais, podem ser uma forma perigosa de preenchê-lo.
Esse
livro possui uma linguagem clara, acessível e eu recomendo a qualquer pessoa
que deseje entender melhor como é o pensamento dos jovens dessa geração. Eu
adquiri o livro pela Amazon (não é publi).
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